O primeiro dia de funcionamento dos horários diferenciados nos transportes coletivos urbano e rural do município ocorreu sem grandes transtornos, segundo a Secretaria de Transporte e Trânsito (STT), com a detecção e solução de problemas pontuais. A iniciativa visa promover uma adaptação à demanda reduzida de usuários, em função das orientações divulgadas pelo Ministério da Saúde, para que as pessoas permaneçam em casa, como forma de prevenção ao novo coronavírus. Na Zona Urbana, os veículos circulam com horários de domingo, enquanto na Zona Rural os horários são os mesmos praticados aos sábados.

O secretário de Transporte e Trânsito do município, Flávio Al Alam, explica que a decisão para redução dos horários do transporte ocorreu seguindo orientação do Comitê de Crise do município. Além da nova escala de horários, há a ordem para que os veículos de transporte trafeguem somente com a capacidade de passageiros sentados, conforme o decreto de Calamidade Pública assinado pelo governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB), na última semana. Segundo Al Alam, foram detectados problemas pontuais de descumprimento da medida pela manhã, que foram solucionados rapidamente. "Estamos em contato direto com o Consórcio de Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP) para orientação e cumprimento do acertado", pontua.

O número de lugares disponíveis nos ônibus que realizam o transporte urbano varia de 40 a 46, e é de 28 em micro-ônibus. Com os problemas corrigidos, o titular da STT destaca que os ônibus atenderam a demanda. No entanto, a recomendação, segundo ele, é para que as pessoas permaneçam em casa. "Temos que deixar o transporte coletivo para as pessoas que precisam mesmo." Na Zona Rural, mesmo com a redução dos horários, Al Alam afirma que o transporte está seguindo com normalidade. "Poucas pessoas, dez a 15 no máximo em cada ônibus."

Redução de 80%
"A redução foi de mais de 80%", afirma o secretário-executivo do CTCP, Enoc Guimarães, em relação à demanda de usuários do transporte urbano. Segundo ele, o número de passageiros registrados na última sexta-feira, um dos dias que serviram de base para a alteração, não chegou a 15 mil, enquanto em situações normais são 80 mil diariamente. "A opção foi para, primeiramente, proteger nossos próprios trabalhadores, segundo lugar, as pessoas devem ficar em casa, o comércio e serviços estão fechados, o que reduz a demanda", destacou Guimarães, lembrando que o horário de circulação foi adaptado à nova realidade. Para os motoristas e cobradores que seguem trabalhando, ele destaca que houve reforço sobre os cuidados a serem tomados, como a lavagem das mãos com frequência, com especial atenção aos cobradores, que manipulam cédulas e moedas constantemente. Outra medida foi o aumento na frequência de higienização dos ônibus.

As escalas de trabalho dos funcionários ainda estão sendo adequadas. O diretor-presidente conta que parte dos trabalhadores, principalmente os aposentados, já solicitou suspensão dos contratos, nos termos acordados com os Sindicatos, ou férias. Com a redução na demanda do transporte, Guimarães lembra que a arrecadação também é afetada. "Passamos o verão, que é a pior época do ano, devendo vários fornecedores, principalmente de combustível, o mês de março é o mês onde o setor busca reequilibrar suas contas." Do valor arrecadado com as tarifas, em torno de 52% são destinados para a quitação da folha de pagamento. "Transportando em torno de 20% do previsto, não teremos receita nem para a metade da folha de pagamento, quiçá os demais encargos e insumos", complementa. Os horários das linhas da Zona Urbana podem ser consultados pelo site http://www.pratipelotas.com.br/horarios . Os usuários do transporte na Zona Rural podem consultar os horários em https://www.empresasantacruz.com.br/linhas/localidades.